12 novembro, 2005

Aspetos sociais

A emigração
A melhoria nas condições de vida, para além das circunstâncias e fatores naturais que se fizeram sentir, deveu-se também ao forte surto de emigração verificado em finais dos anos 50 e 60 do século XX. No início deste século o fluxo migratório teve como destino o Brasil. Mais tarde, após a II Guerra Mundial, a emigração dirigiu-se para a África, sobretudo para as antigas colónias portuguesas, na busca de uma vida melhor. A partir da década de 50 e 60, o surto migratório toma novo rumo: agora, o destino é o centro da Europa, concretamente a França, Alemanha e Suíça.
Estes movimentos migratórios proporcionam, a uma grande franja da população portuguesa, o contacto com outras culturas, com outras pessoas, com outras línguas e com usos e costumes muito diferentes dos seus.
Contrariamente ao que sucedia com a emigração destinada à América do Sul e a África, em que dificilmente essas pessoas voltavam às suas origens, a emigração direcionada para o centro da Europa regressava assiduamente em férias, trazendo consigo muito do dinheiro ganho, destinado a “colorir” a paisagem rural com habitações alicerçadas numa traça arquitetónica marcadamente originária dos países para onde haviam emigrado. Os “chalais”, os “chateaux” são disso verdadeiros testemunhos vivos.
A diáspora de São Cibrão acaba por ser também influenciada por esses novos usos e costumes e acaba por trazer para a aldeia muitas dessas vivências culturais e sociais diferentes. Estas alterações e esta transmissão de novas práticas acabam por ser sentidas no quotidiano, no entretenimento, na gastronomia, na traça arquitetónica usada na construção das casas e na sua decoração.
Verifica-se assim uma verdadeira “aculturação” dos autóctones a esta nova realidade. Embora esta “aculturação”, à primeira vista não seja assim tão evidente, ela marca presença assídua no dia a dia.

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